O momento é exageradamente propício para a tomada de partido "de que lado você samba, você samba de que lado", mesmo que seja este o partido do coração partido, como (en) cantou o poeta Cazuza e é justamente por esta razão que me estranha o fato de que mediante o absurdo que ocorre na Faixa de Gaza nós estejamos ouvindo tão poucas vozes dentre os governantes das diversas nações planetárias posicionando-se de um lado ou d'outro neste conflito. Não vemos nenhum esforço diplomático internacional a favor de um cessar-fogo, muito pelo contrário, o silêncio de Obama, o apoio de Bush à violenta ofensiva israelense, o distanciamento da União Européia, a inoperância da ONU e organismos afins... o mundo tornando-se cada dia mais um espaço de fértil de indiferença. Insistir na tese de que organizações terroristas, mas inequivocadamente ruins de pontaria, como o Hamas e seus mísseis cegos são justificativa para o assassinato de centenas de civis é muita covardia. A ministra de Assuntos Exteriores de Israel, Tzipi Livni, disse há poucos instantes na rede americana CNN de televisão que é difícil distinguir entre os civis na faixa de Gaza quais os indivíduos que têm ligação com o Hamas e os que não têm. Ela disse ainda que o ataque terrestre israelense não tem como objetivo matar civis, desde que eles não estejam na frente do alvo. A matança continua.
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