Percevejo, nem sempre percebo o que vejo. Ver é um atributo fisiológico, mas já enxergar... o mesmo podemos dizer da sutil diferença entre ouvir e escutar. Para ouvir, basta um aparato auditivo funcionando razoavelmente, mas uma escuta não se produz da mesma maneira. É necessária a conexão de sensibilidades um tanto singulares que possuem estreita relação com as afecções e com os afectos. - Um corpo avariado consegue arrastar potências para lá, aqui e acolá. - Daí me lembro um exemplo citado por Deleuze em uma aula sobre Spinoza, o polidor de lentes - "príncipe dos filósofos", envolvendo "um cavalo que puxa carga", "um boi" e "um cavalo de corrida." O campo de afecção de "um cavalo que puxa carga" guarda mais relações de semelhança/vizinhança com o de "um boi" do que com o de "um cavalo de corrida".
Cavalos são bichos da mesma "espécie", de uma mesma filiação. É que o campo de afecção corresponde a um (quase-sem)limite para a(s) nossa(s) potência(s) de ação e pela postura frente à Vida, "um cavalo que puxa carga" e "um boi" guardam similaridades descomunais. Já "um cavalo de corrida"...
Mas como isso é possível?
Cavalos são bichos da mesma "espécie", de uma mesma filiação. É que o campo de afecção corresponde a um (quase-sem)limite para a(s) nossa(s) potência(s) de ação e pela postura frente à Vida, "um cavalo que puxa carga" e "um boi" guardam similaridades descomunais. Já "um cavalo de corrida"...
Um comentário:
Vejo e percebo.
Sua sutileza e malvadeza.
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