Por vezes repito as mesmas perguntas: O que acontece? O que não acontece? O que está para acontecer? Eis três perguntas que contemplam todo um rol de entrada em intervenção, da produção de demandas, passando pela contínua (quase infinita) análise das implicações, à utilização de dispositivos, etc. E quando se entra em intervenção muito acontece, não acontece e está para acontecer. É quase que somente disso que se trata. Em meio à dança "louca" disparada pelos analisadores, impera a lógica dos acontecimentos. Refiro-me aqui às intervenções socioanalíticas e me amparo no vai-e-vem intensamente inspirador presente nos registros deixados por Lourau & Lapassade. Ah, quanta saudade desses dois, que tal como o monstro bicéfalo Deleuze & Guattari, que também deixaram saudade, ainda em muito nos assombram. Estranha potência das duplas, ou seria dos duplos? E nem é preciso mencionar que cada um desses cada-dois que mencionei são às vezes apenas o singelo efeito de um punhado de bandos de todas as bandas. E há ainda umas tantas duplas-duplos mais por aí de estranha força, o Gordo e o Magro, Bouvard e Pécuchet, Tom e Jerry, Dr. Jekill e Mr. Hyde, etc. São muitos os monstros bicéfalos por aí, com quais desses estamos às voltas? Certamente com os que acontecem, não acontecem, estão para acontecer.
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