"Sabe, para mim a vida é um punhado de lantejoulas e purpurina que o vento sopra. Daqui a pouco tudo vai ser passado mesmo - deixa o vento soprar, let it be,
fique pelo menos com o gostinho de ter brilhado um pouco... " (Caio F. Abreu)
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... o mundo ainda necessita e muito da estranha força das sutilezas. Não devemos subestimar nada que seja sutil, apesar de sermos obrigados a admitir que é exatamente isso o que mais fazemos, quase que o tempo todo, a golpes duros: subestimar/desvalorizar/menosprezar (...), em suma, sufocar as sutilezas.
Desde que perdemos o corpo, e isso geralmente ocorre no instante mesmo em que deixamos de ser crianças, ou melhor, no momento em que deixamos de estabelecer conexões com a(s) criança(s) que nos habita(m), e que ainda assim, não nos abandonará(ão) jamais. Quando nos infantilizam, ou nos infantilizamos (eis uma perversa potência colaboracionista a irromper a cena), pois uma criança não é jamais infantil, nunca foi nem o será, ao menos naturalmente. Há aqueles entre nós que não conseguem separar o infantil da criança. Parece até que passam cola, um no outro (e em si próprios), criança infantil. Perdemos o corpo, fomos "desapossados" dele, do corpo, que passa a ser "mercadoria infantilizada". E você chora, esperneia e faz pirraça perante a estranha constatação da ausência do corpo. A ausência do corpo não evoca em nós as forças de um incorporal ( tal como o estóicos definiram este conceito), pelo contrário, o não-corpo ou sem-corpo é ao mesmo tempo sem-alma.
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Desde que perdemos o corpo, e isso geralmente ocorre no instante mesmo em que deixamos de ser crianças, ou melhor, no momento em que deixamos de estabelecer conexões com a(s) criança(s) que nos habita(m), e que ainda assim, não nos abandonará(ão) jamais. Quando nos infantilizam, ou nos infantilizamos (eis uma perversa potência colaboracionista a irromper a cena), pois uma criança não é jamais infantil, nunca foi nem o será, ao menos naturalmente. Há aqueles entre nós que não conseguem separar o infantil da criança. Parece até que passam cola, um no outro (e em si próprios), criança infantil. Perdemos o corpo, fomos "desapossados" dele, do corpo, que passa a ser "mercadoria infantilizada". E você chora, esperneia e faz pirraça perante a estranha constatação da ausência do corpo. A ausência do corpo não evoca em nós as forças de um incorporal ( tal como o estóicos definiram este conceito), pelo contrário, o não-corpo ou sem-corpo é ao mesmo tempo sem-alma.
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De todo modo não nos será possível recuperar um corpo, nos é necessário inventar um corpo outro. Algo radicalmente diferente de re-inventar. (Abaixo os prefixos desnecessários que induzem ao engodo! - alguns hão de gritar - sempre uma meia dúzia de cinco ou seis despudorados). E inventar um corpo é a um só golpe inventar a alma e sua quase incompreensível e sutil relação com o corpo, há muito quase-sempre esquecida.