terça-feira, 30 de setembro de 2008

sutilezas
























"Sabe, para mim a vida é um punhado de lantejoulas e purpurina que o vento sopra. Daqui a pouco tudo vai ser passado mesmo - deixa o vento soprar, let it be,

fique pelo menos com o gostinho de ter brilhado um pouco... " (Caio F. Abreu)


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... o mundo ainda necessita e muito da estranha força das sutilezas. Não devemos subestimar nada que seja sutil, apesar de sermos obrigados a admitir que é exatamente isso o que mais fazemos, quase que o tempo todo, a golpes duros: subestimar/desvalorizar/menosprezar (...), em suma, sufocar as sutilezas.

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Desde que perdemos o corpo, e isso geralmente ocorre no instante mesmo em que deixamos de ser crianças, ou melhor, no momento em que deixamos de estabelecer conexões com a(s) criança(s) que nos habita(m), e que ainda assim, não nos abandonará(ão) jamais. Quando nos infantilizam, ou nos infantilizamos (eis uma perversa potência colaboracionista a irromper a cena), pois uma criança não é jamais infantil, nunca foi nem o será, ao menos naturalmente. Há aqueles entre nós que não conseguem separar o infantil da criança. Parece até que passam cola, um no outro (e em si próprios), criança infantil. Perdemos o corpo, fomos "desapossados" dele, do corpo, que passa a ser "mercadoria infantilizada". E você chora, esperneia e faz pirraça perante a estranha constatação da ausência do corpo. A ausência do corpo não evoca em nós as forças de um incorporal ( tal como o estóicos definiram este conceito), pelo contrário, o não-corpo ou sem-corpo é ao mesmo tempo sem-alma.


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De todo modo não nos será possível recuperar um corpo, nos é necessário inventar um corpo outro. Algo radicalmente diferente de re-inventar. (Abaixo os prefixos desnecessários que induzem ao engodo! - alguns hão de gritar - sempre uma meia dúzia de cinco ou seis despudorados). E inventar um corpo é a um só golpe inventar a alma e sua quase incompreensível e sutil relação com o corpo, há muito quase-sempre esquecida.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dinosaurs roaming the earth...


"You can try the best you can If you try the best you can The best you can is good enough"(Radioh...d)

Deve haver algo de lisérgico, de alucinógeno, ou coisa parecida, capaz de entorpecer os motoristas de automóveis durante uma chuva, a mais branda ou a mais violenta (isso é irrelevante). Chuva que libera as bestas-feras de cada um e assim revivemos a paródia do homem moderno tal como no desenho de Walt Disney, nas ocasiões em que o pateta incorporava o Sr. Volante, que é o extremo oposto do Sr. Andante. O Sr. Volante era um pouco o personagem vivido por Michael Douglas no filme "Um dia de fúria" e o Sr. Andante uma espécie de candidato a reencarnação do Dalai Lama que reverenciava até as formigas que atravessavam o seu caminho pela calçada afora. (to be continued)

2 horas depois...

Toda chuva deve ter algo de lisérgico, de alucinógeno pois não há quase nada nesse mundo que possa explicar o que ocorre com as pessoas no momento de uma chuva.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

.:teach..learn..t..each..l..ear..nte..ach..learn:.


::raspas de uma certa dissertação::

O Road Movie é um gênero cinematográfico cuja trama se desenrola através de uma viagem, geralmente por auto-estrada, na qual os protagonistas se envolvem em encontros os mais diversos, num movimento contínuo em meio a diferentes paisagens. Apresentamos a hipótese de que esses filmes se dividem em quatro tipos, a saber: No primeiro tipo, por mais voltas que dê, o protagonista nada encontra, nem consegue retornar à sua casa. As sensações produzidas neste tipo de enredo são as de um tempo vazio ao modo kantiano, gerado por maus encontros, tanto que o protagonista geralmente decide morrer, ou permite ser morto. Num segundo tipo, o protagonista acaba por encontrar um novo lar no final de sua jornada. Há ainda um terceiro tipo de Road Movie no qual a viagem aparenta não ter final, e a história permanece em aberto. Finalmente, existe também um quarto tipo, em que o protagonista, tendo sido bem sucedido no fim de sua viagem, regressa à sua casa, enriquecido por suas experiências. Em entrevista concedida a Walter Salles (2007), o consagrado diretor de cinema alemão Win Wenders (1945 -), famoso por filmes de diversos gêneros, incluindo premiados documentários e Road Movies, sugere que a origem desta última modalidade fílmica se encontra nas nossas raízes nômades pré-históricas, na necessidade que o homem sempre teve de deixar um testemunho da sua passagem pela terra. Salles (2007) aponta que, sob esta ótica, as pinturas rupestres de Lascaux e Altamira podem ser consideradas os primeiros relatos sobre a vida em movimento, as primeiras narrativas sobre a estrada. As pinturas rupestres, que resistem bravamente até os dias de hoje, enfrentando a degradação de milênios, são possivelmente o registro das primeiras tentativas de expressão do homem pré-histórico. As linhas rupestres de nossos antepassados atravessaram as distâncias de tempo, unindo no presente o homem primitivo e o contemporâneo. Embora não sejam consideradas como parte integrante do rol das técnicas ou tecnologias de ensino, não seriam as paredes de uma caverna, riscadas com desenhos rupestres, algo que se assemelha, guardando as devidas proporções, aos traçados de um professor no quadro negro ou na lousa branca de uma sala de aula?

phone.plane.home


"drop the phone, take the plane and come back home again" (dEUS)

domingo, 21 de setembro de 2008


::(...) vamos cortar areia? Eis o que fazem as tribos nômades em travessia constante deserto afora. Aqueles que segundo D&G se movem mesmo sem sair do lugar, numa espécie de pensamento nômade. Seguindo nuvens, pois é por lá, na direção destas que se costuma encontrar um pouco d´água para matar a sede destas bandos cheios de vida. Em quê se pode dizer que a sala de aula em muito se parece com um deserto e numa mesma guinada, como é de um certo nomadismo que precisamos no nosso dia-a-dia

...nothing to admit.

sábado, 20 de setembro de 2008

Um novo tempo, a_pesar dos perigos.


Vamos começar de novo, começar pelo meio. Eis (mais) um daqueles instantes em que uma linha pode botar tudo para perder, afinal, sobre o que tratar-se-á este blog? Ainda não sei. Acredito que este venha a ser apenas mais um blog sobre/sob tudo e sobre/sob nada e mais um monte de coisas também, a se posicionar ao lado do que respira, inspira, pira... e esta é uma mensagem inicial dedicada a todos e a ninguém. Para que mesmo é que serve uma mensagem inicial? Certamente é para disparar qualquer coisa que venha logo a seguir....e aqueles que quiserem seguir, que venham logo.