terça-feira, 2 de dezembro de 2008

_alegria.


alegria: preste atenção, não se vá, ainda é tão cedo. largarás um bom filme no meio, como uma canção sem refrão. um crime praticado, um delito, você foge, sai correndo, sem ao menos receber o perdão. Vem, chega mais perto, não tenha medo que nesse peito ainda bate forte um coração. Vem, chega mais perto, não tenha medo que nesse peito ainda bate forte um coração. Vem, chega mais perto, não tenha medo que nesse peito ainda bate forte um coração. me dissestes, que na tua rua, tem uma quermesse, toda sexta-feira. Se isso for uma proposta, conte com a minha presença. é que na alegria, sou o primeiro da fila. :alegria._moan


domingo, 30 de novembro de 2008

a força das coisas.:. a coisa das forças


não fosse Matisse, quem haveria de trazer as linhas de força para a pintura? eu sei, bem sei e você também sabe bem, que ele não foi o único e nem o será. falo das forças no sentido nietzscheano (e não do “falo” das forças, rs.), e Matisse, leitor de Nietzsche, soube “encontrar forças” no conceito de forças que o 2º bigodudo mais simpático de todos os tempos cunhou. (o 1º bigodudo a você(s) leitor(es) pouco importa. talvez ele saiba que estou falando dele, apesar de que muito provavelmente ele não lerá estes rabiscos.). pintar paredes, romper formatos, forçar as formas e form-atos, o pintor de paredes experimentou as sensações vigorosas de sair da moldura, do modelo, rachar as coisas, extra-vazar as texturas e desfrutar de linhas de fuga criadoras de um sem-número de possíveis. eis a coisa das forças.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"(...) a simple prop to occupy my time"


Yesterday I was thinking about Bruno Latour’s quotation: “’Who would know how to love without having read novels?” This saying seems to take on a new meaning with the multiplication of virtual worlds, even though the adjective “virtual” may be greatly misleading” (LATOUR, 2007) . It happened to me at the exactly moment when I had been caught into an intense flow of existential thoughts based on some reminiscences and infinitesimal fragments of my past. I was thinking about the old days/years, the first experiences, the great friendships and of course, the people I loved through my whole life. And a song of the 28 years rock and roll band R.E.M. came into my mind and body as a perfect soundtrack for the moment: “This one goes out to the one I love, this one goes out to the one I left behind, a simple prop to occupy my time”. And all of a sudden, a huge charge of virtual feelings started to affect me so intensely, I barely could breath. With lucky, I was not driving my car at that moment, because it had already happened to me when I was doing such thing, what can be pretty dangerous. The power of distraction that it brings is incredible, the power of life too, as much as the consequences of the power of failing. You might be wondering why, sort of instantly, I started to write in English on this remarkable blog. That’s because those thoughts came into light in English too. I’m not sure if this kind of phenomenon happens with you too, or anybody else that you know or live with, it might give the impression of a little schizophrenic act, but in almost every time I start to have these kinds of feelings and thoughts, they come to me in English… like if I needed to face it all through such an absolute distance, the way Blanchot mention it. In a second language, or a minor language like D&G refers to, using several examples like Kafka’s literature. Coming back to Latour, his ideas evoke the necessity of building a new concept for virtual, especially regarding to the massive consequences for social sciences to get access to digital traces. He utilizes Marcel Proust “A la recherche du temps perdu” to show how our processes of memory, affects, access to data, etc are occurring nowadays using the approach of Gabriel Tarde to develop his arguments. Maybe our nowadays’ memories are more related to bits and bites than ever, and Henry Bergson was probably the first one to show us these possibilities of the memory making a comparison with la naissance du cinéma on “Matière et Mémoire” – our memory working as a filmmaking activity – what Guattari had already brought for us to think through his article “Le Divan de Pauvre” when he mentions the psychoanalytical potencies of the black room of the cinema theatre. I have a close relationship with cinema and was through the 7th art that I have learnt how to use English as an effective language. And more than thousands of movies are strictly responsible to the subjective aspects of my personality. I’m almost 30 years of age (next week I’ll be 29) and I have to admit that those thoughts & feelings mentioned here came to me crushing really hard. And I also know that they will come back soon, as if they had never disappeared completely. But in every time they show up, it is different, the sensations are different, as much as the landscapes and consequences. I am still so grateful for the life I had and have until now and the powerful encounters it provides.

sábado, 22 de novembro de 2008

I'd scrape my toes across the floor


uma unha, uma noite, uma(s) agulhadas depois, um corte, sangue, pus, bactérias... um curativo novo e um outro estilo de caminhar manco. abandonar um modo de manquitolar para compor outro. um novo charme, justamente quando tudo o que se pode dizer é que ali há qualquer coisa menos charme. isso por mais uns dias, talvez quatro, cinco, seis... não sei bem ainda. na enfermaria, noite (passada) afora, enquanto aguardava a minha vez de adentrar à sala de sutura, por minha veia circularam analgésicos e antibióticos – “eis a vida mais pura”. então me chamaram e numa cama gelada me deitei. na injeção uma dose de anestesia e que agulha comprida a perfurar a pele debaixo da minha unha! – ah! esqueci de comentar que (ainda) me refiro à unha do dedão do pé esquerdo. que se tratava do pé, já havia dado para imaginar, eu suponho, por causa da menção ao manquitolar, espécie de passo malandro. em questão de segundos, o corte, o curativo... isso já está soando repetitivo.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

The Great Beyond

“I'm pushing an elephant up the stairs
I'm tossing up punch lines that were never there
Over my shoulder a piano falls
Crashing to the ground”
(R.E.M. – The Great Beyond)

domingo, 26 de outubro de 2008

.:devenir_dervishe:.

Pode-se dizer que os "dervish(es)" não fazem nada além de transmutar as forças da dança no plano de imanência Divino. São forças que se colocam a dançar, mais do que dançarinos, o inumano do giro. Uma espécie de devir_dervishe, que o poeta sufi Rumi através de seus belos versos bem insi_nua:

"I died as a mineral and became a plant,
I died as plant and rose to animal,
I died as animal and I was Man.
Why should I fear? When was I less by dying?
Yet once more I shall die as Man, to soar
With angels bless'd; but even from angelhood
I must pass on: all except God doth perish.
When I have sacrificed my angel-soul,
I shall become what no mind e'er conceived.
Oh, let me not exist! for Non-existence
Proclaims in organ tones,
To Him we shall return."

com giratória.








(...)darei um
giro_dervish por aí e já volto.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

de-voar, de_vém, de-venir, devir

E (ainda) há aqueles que insistem em dizer que a Vida não vale a pena. É desses que eu (mais) tenho pena. A Vida vale a pena sim, quer seja a do escritor, ou a da ave. O escritor hoje pode utilizar outras penas para exercitar a sua escrita (expressão), ainda que a tão duras penas. As asas, as da imaginação, oriundas do sempre-menos-valorizado imaginário, nos permitem “o (mais) danado vôo”. O vôo por levitação, às vezes por Leviathan. As asas do desejo e suas inúmeras penas, isso sem contar com as asas sem penas, (e penas sem asas) ou asas-de-penadas e as máquinas outras de-voar, de_vém, de-venir, devir.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

perce_vejo


Percevejo, nem sempre percebo o que vejo. Ver é um atributo fisiológico, mas já enxergar... o mesmo podemos dizer da sutil diferença entre ouvir e escutar. Para ouvir, basta um aparato auditivo funcionando razoavelmente, mas uma escuta não se produz da mesma maneira. É necessária a conexão de sensibilidades um tanto singulares que possuem estreita relação com as afecções e com os afectos. - Um corpo avariado consegue arrastar potências para lá, aqui e acolá. - Daí me lembro um exemplo citado por Deleuze em uma aula sobre Spinoza, o polidor de lentes - "príncipe dos filósofos", envolvendo "um cavalo que puxa carga", "um boi" e "um cavalo de corrida." O campo de afecção de "um cavalo que puxa carga" guarda mais relações de semelhança/vizinhança com o de "um boi" do que com o de "um cavalo de corrida".

Mas como isso é possível?

Cavalos são bichos da mesma "espécie", de uma mesma filiação. É que o campo de afecção corresponde a um (quase-sem)limite para a(s) nossa(s) potência(s) de ação e pela postura frente à Vida, "um cavalo que puxa carga" e "um boi" guardam similaridades descomunais."um cavalo de corrida"...


terça-feira, 30 de setembro de 2008

sutilezas
























"Sabe, para mim a vida é um punhado de lantejoulas e purpurina que o vento sopra. Daqui a pouco tudo vai ser passado mesmo - deixa o vento soprar, let it be,

fique pelo menos com o gostinho de ter brilhado um pouco... " (Caio F. Abreu)


***

... o mundo ainda necessita e muito da estranha força das sutilezas. Não devemos subestimar nada que seja sutil, apesar de sermos obrigados a admitir que é exatamente isso o que mais fazemos, quase que o tempo todo, a golpes duros: subestimar/desvalorizar/menosprezar (...), em suma, sufocar as sutilezas.

***

Desde que perdemos o corpo, e isso geralmente ocorre no instante mesmo em que deixamos de ser crianças, ou melhor, no momento em que deixamos de estabelecer conexões com a(s) criança(s) que nos habita(m), e que ainda assim, não nos abandonará(ão) jamais. Quando nos infantilizam, ou nos infantilizamos (eis uma perversa potência colaboracionista a irromper a cena), pois uma criança não é jamais infantil, nunca foi nem o será, ao menos naturalmente. Há aqueles entre nós que não conseguem separar o infantil da criança. Parece até que passam cola, um no outro (e em si próprios), criança infantil. Perdemos o corpo, fomos "desapossados" dele, do corpo, que passa a ser "mercadoria infantilizada". E você chora, esperneia e faz pirraça perante a estranha constatação da ausência do corpo. A ausência do corpo não evoca em nós as forças de um incorporal ( tal como o estóicos definiram este conceito), pelo contrário, o não-corpo ou sem-corpo é ao mesmo tempo sem-alma.


***
De todo modo não nos será possível recuperar um corpo, nos é necessário inventar um corpo outro. Algo radicalmente diferente de re-inventar. (Abaixo os prefixos desnecessários que induzem ao engodo! - alguns hão de gritar - sempre uma meia dúzia de cinco ou seis despudorados). E inventar um corpo é a um só golpe inventar a alma e sua quase incompreensível e sutil relação com o corpo, há muito quase-sempre esquecida.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dinosaurs roaming the earth...


"You can try the best you can If you try the best you can The best you can is good enough"(Radioh...d)

Deve haver algo de lisérgico, de alucinógeno, ou coisa parecida, capaz de entorpecer os motoristas de automóveis durante uma chuva, a mais branda ou a mais violenta (isso é irrelevante). Chuva que libera as bestas-feras de cada um e assim revivemos a paródia do homem moderno tal como no desenho de Walt Disney, nas ocasiões em que o pateta incorporava o Sr. Volante, que é o extremo oposto do Sr. Andante. O Sr. Volante era um pouco o personagem vivido por Michael Douglas no filme "Um dia de fúria" e o Sr. Andante uma espécie de candidato a reencarnação do Dalai Lama que reverenciava até as formigas que atravessavam o seu caminho pela calçada afora. (to be continued)

2 horas depois...

Toda chuva deve ter algo de lisérgico, de alucinógeno pois não há quase nada nesse mundo que possa explicar o que ocorre com as pessoas no momento de uma chuva.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

.:teach..learn..t..each..l..ear..nte..ach..learn:.


::raspas de uma certa dissertação::

O Road Movie é um gênero cinematográfico cuja trama se desenrola através de uma viagem, geralmente por auto-estrada, na qual os protagonistas se envolvem em encontros os mais diversos, num movimento contínuo em meio a diferentes paisagens. Apresentamos a hipótese de que esses filmes se dividem em quatro tipos, a saber: No primeiro tipo, por mais voltas que dê, o protagonista nada encontra, nem consegue retornar à sua casa. As sensações produzidas neste tipo de enredo são as de um tempo vazio ao modo kantiano, gerado por maus encontros, tanto que o protagonista geralmente decide morrer, ou permite ser morto. Num segundo tipo, o protagonista acaba por encontrar um novo lar no final de sua jornada. Há ainda um terceiro tipo de Road Movie no qual a viagem aparenta não ter final, e a história permanece em aberto. Finalmente, existe também um quarto tipo, em que o protagonista, tendo sido bem sucedido no fim de sua viagem, regressa à sua casa, enriquecido por suas experiências. Em entrevista concedida a Walter Salles (2007), o consagrado diretor de cinema alemão Win Wenders (1945 -), famoso por filmes de diversos gêneros, incluindo premiados documentários e Road Movies, sugere que a origem desta última modalidade fílmica se encontra nas nossas raízes nômades pré-históricas, na necessidade que o homem sempre teve de deixar um testemunho da sua passagem pela terra. Salles (2007) aponta que, sob esta ótica, as pinturas rupestres de Lascaux e Altamira podem ser consideradas os primeiros relatos sobre a vida em movimento, as primeiras narrativas sobre a estrada. As pinturas rupestres, que resistem bravamente até os dias de hoje, enfrentando a degradação de milênios, são possivelmente o registro das primeiras tentativas de expressão do homem pré-histórico. As linhas rupestres de nossos antepassados atravessaram as distâncias de tempo, unindo no presente o homem primitivo e o contemporâneo. Embora não sejam consideradas como parte integrante do rol das técnicas ou tecnologias de ensino, não seriam as paredes de uma caverna, riscadas com desenhos rupestres, algo que se assemelha, guardando as devidas proporções, aos traçados de um professor no quadro negro ou na lousa branca de uma sala de aula?

phone.plane.home


"drop the phone, take the plane and come back home again" (dEUS)

domingo, 21 de setembro de 2008


::(...) vamos cortar areia? Eis o que fazem as tribos nômades em travessia constante deserto afora. Aqueles que segundo D&G se movem mesmo sem sair do lugar, numa espécie de pensamento nômade. Seguindo nuvens, pois é por lá, na direção destas que se costuma encontrar um pouco d´água para matar a sede destas bandos cheios de vida. Em quê se pode dizer que a sala de aula em muito se parece com um deserto e numa mesma guinada, como é de um certo nomadismo que precisamos no nosso dia-a-dia

...nothing to admit.

sábado, 20 de setembro de 2008

Um novo tempo, a_pesar dos perigos.


Vamos começar de novo, começar pelo meio. Eis (mais) um daqueles instantes em que uma linha pode botar tudo para perder, afinal, sobre o que tratar-se-á este blog? Ainda não sei. Acredito que este venha a ser apenas mais um blog sobre/sob tudo e sobre/sob nada e mais um monte de coisas também, a se posicionar ao lado do que respira, inspira, pira... e esta é uma mensagem inicial dedicada a todos e a ninguém. Para que mesmo é que serve uma mensagem inicial? Certamente é para disparar qualquer coisa que venha logo a seguir....e aqueles que quiserem seguir, que venham logo.