quinta-feira, 18 de junho de 2009

... do livro "Democracia e Subjetividade: a produção social dos sujeitos democráticos"

"Quando se fala em Educação a Distância, em tecnologia, muitas vezes, pensamos imediatamente no computador, no que há de mais avançado, e nos esquecemos que as tecnologias existem, especialmente as de ensino, há muito tempo, desde os primórdios. Desde o tempo das cavernas os nossos ancestrais já praticavam algum tipo de transmissão de conhecimento e de afetos, e esses registros se perpetuaram nas cavernas por todos esses séculos. Então, de alguma forma, desde aquela época se ousava produzir algum tipo de tecnologia, que foi se aprimorando com o passar dos tempos. Um detalhe é que aprimorar, evoluir, não significa, necessariamente, melhorar. Pode ser avançar, pode ser evoluir, mas, de alguma forma, toda evolução traz em si um aspecto de involução. Eu trago alguns exemplos aqui que, aparentemente, guardam uma distância muito grande com a educação, mas aos poucos tentaremos conectá-los à educação, à escola, etc. São o que eu chamaria de exemplos inusitados. Na natureza temos alguns exemplos: certas cobras que vivem nos desertos perdem as características que muitos dos evolucionistas atribuem às espécies como características de evolução. Cobras que perdem completamente a visão. As cobras consideradas evoluídas são as que têm um pouco de visão para sobreviver. Em um terreno extremamente árido, desprovidas de outros atributos que lhes garantiriam uma vida um pouco mais confortável elas desenvolveram uma maneira de rastejar tocando apenas duas partes do corpo na areia escaldante do deserto, e assim sobrevivem, resistem. Eu diria que essa é uma espécie de evolução, mas aos olhos de muitos seria uma involução. Logo, paradoxalmente, a evolução traz em si alguns aspectos de involução.
Isso também acontece quando falamos de processos educativos que se utilizam das chamadas novas tecnologias. Não nos esquecendo que elas também são evolução, progresso, mas não necessariamente melhorias, pois nem sempre ocorrem de maneira democrática, participativa, ampla, com envolvimento da grande maioria das pessoas, como o modo de transmissão de conhecimentos dos nossos ancestrais." - Rogério Felipe

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