sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um suspiro... Oh Vida curta! O que não é intenso não me interessa.

Nas praias da imanência de uma Vida e suas virtualidades, com ondas que quebram na areia, eu tento aprender a surfar com Deleuze, meu professor de surf predileto, ou ao menos a pegar um jacarezinho para não levar um caldo.

A Vida à altura de seus acontecimentos, tal como nos ensinou o bigodudo do martelo, Nietzsche, certamente inspirado na concepção de destino das “fábulas” dos Estóicos: “O guerreiro dá um passo e é atingido pela flecha. Se não morre, passa a viver uma Vida outra, após a flechada e os limites que esta lhe impõe.”. Há ondas violentas mesmo, mas o que nos derruba, no mais das vezes, é o medo que temos de perder o equilíbrio.

O mais delicado e o mais sutil são de uma intensidade absurda. Há ocasiões em que um suspiro se equivale a uma onda. O mar suspira em ritmos variados. Surfar em meio a suspiros pode ser uma tarefa ofegante.

Neste instante, tal como numa onda, e eu nem sei ainda o que move o mar, tampouco o que pode um corpo, mergulho nas águas turvas e geladas da memória, mas as lembranças que chegam tem mais a ver com o futuro do que com o pretérito.

2 comentários:

Roberta Stubs disse...

o que move o mar? tampouco pouco saberemos, tão pouco já sabemos.
ótimo post.

Luiz Carlos Garrocho disse...

Sempre um entre... Surfar é um modo de habitar intervalos... Há que abrir essas frestas. Ou antes, perceber e deixar se afetar por essas coisas.