... provocar é mais interessante do que simplesmente evocar.
Leituras:
Numa leitura é importante reconhecer as velocidades e suas alternâncias, que podem ser lentas, rápidas e até catatônicas. Muitas vezes se confunde a pressa com as velocidades, e insisto que a pressa é a inimiga das velocidades. Os escritos de Deleuze & Guattari produzem efeitos diversos, que podem ser de esquizoanálise ou não. Leituras apressadas são piores do que sobrevoos rasantes. Conceitos são datados, são algo vivo, são produzidos (inventados), funcionam e morrem. Há casos em que conceitos são simplesmente evocados, mas esvaziados de sentido(s), o que é triste num sentido spinozista, e vale o alerta para a esquizoanálise e também para outras propostas - (gritar "viva o múltiplo", ainda não é fazê-lo, é preciso fazer o múltiplo.).
Dualismos:
Ah! Os dualismos e os riscos de cairmos em dicotomias: há uma esquina digital, outra analógica, dentre outras várias, mas o que interessa entre as esquinas são seus cruzamentos, rupturas. Pouco importa qual a esquina, mas sim o que por ela passa, ou não passa. De repente compor um plano de consistência entre dois e mais mundos e suas esquinas. ... quando o que une um par são suas diferenças, então já não são dois, tampouco apenas três, de repente uma multiplicidade. Uma multiplicidade qualitativa vai além dos números e estoura o par e os dualismos, mudando-os de natureza. Será? A vespa e a orquídea foram convidadas para o congresso?
Gadgets:
Honestamente, não sei o que é um gadget, esta palavra me faz gaguejar, talvez para daí ser capaz de produzir um conceito gadget, cuja duração não vai muito longe. Hoje estamos na onda dos aplicativos, a palavra gadget é escorregadia, difícil de ser aplicada, o que dirá, explicada. Gadgets, há de toda sorte, e podemos defini-los como algo que já surge sem utilidade, banalizado, mas é aí que de repente reside a força de um gadget. Você acha que ele está morto e ele não está mais lá. Ainda não sabemos o que pode um gadget.