(...) n'um futuro não muito distante, um planeta antes chamado Terra será nomeado Desterro, lá 'viverão' drones, clones-híbridos de outros clones, mezzo-ciborgues e hologramas, ah, e as baratas. Todos interagindo socialmente por meio de interfaces digitalizadas através das quais se poderá fazer de tudo um pouco através de nada. Procrastinar será imperativo. Não haverá livrarias, tampouco livros, apenas vigilância e visibilidade. A linguagem será uma só, traduzida dos diversos idiomas de outrora em um número pré-determinado de verbetes com significados gerando sentidos sempre óbvios. A escrita se tornará motivo de vergonha, sendo substituída pelos excessos da comunicação verbal, que depois serão anulados pela telepatia, até que esta caia em desuso pela falta de assunto em meio ao infinito acúmulo de dados em loop. Os deslocamentos serão por pixels, nossa pele imagético-imaterial, e o dinheiro, bem esse continuará destinado aos poucos 'faraós' de outros tempos, e com eles já terá sido enterrado. O conceito 'smart', valorizado em outros tempos tornar-se-á obsoleto, não se falará mais em Inteligência Artificial, pois aquilo não terá sido algo tão inteligente. O esoterismo substituirá a ciência e os fundamentalismos atropelarão qualquer tipo de interação com o divino. Terão sido criados tantos deuses, todos pertencentes a crenças monoteístas, que já não se saberá bem a quê ou a quem recorrer em meio ao desespero. The end.
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Um comentário:
Que força, que potência... Sinto-me tonto, em todas as significações da palavra.
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