terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre muros... (Post nº 1)


“Você samba de que lado, de que lado você samba, de que lado você vai sambar.” (Chico Science)


O muro de Berlim caiu fisicamente, isso em 1989, e de lá para cá participamos pelo mundo afora, uns mais diretamente, outros menos, da contínua transformação de algumas bipolaridades em campos afeitos a transversalidades. Noções políticas como as de direita vs. esquerda, socialismo soviético vs. capitalismo transnacional (born in U.S.A.), dentre outras, que antes perambulavam soberanas em meio aos nossos universos referencias, hoje se perdem em meio ao lusco-fusco das possibilidades de escolha e de posicionamento contemporâneas (pós-modernidade?). Há quem diga até que estas noções caducaram, sendo substituídas pelos efeitos do avanço do neoliberalismo e suas metamorfoses, que chegam reforçados pela vertiginosa e inacabada globalização, operando na dissolução/transmutação intermitente de fronteiras, que cada vez estão mais porosas, tal como um queijo suíço (e às vezes até com ares de uma suposta neutralidade suíça). Há até quem comente que a oposição mais evidente no contexto político mundial de nossos dias, é a que se dá entre neoliberalismo vs. fundamentalismo terrorista (O quê?!)... discordo, embora tenhamos assistido a um debate vigoroso, envolvendo estas definições pelos mass media afora. Alguns muros caem, são derrubados, outros (apenas) se transformam.



Um comentário:

André Valença disse...

Nesse lusco-fusco de possibilidades encontram-se tijolos que erguidos pelo tempo deixam se compor um muro que, inevitavelmente,reconhece em sua textura a força daquilo que no tempo foi lançado e como que de uma outra ordem reorganiza-se diante do homem.