
sábado, 28 de fevereiro de 2009
pensamento sem imagem_____________devir

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
"Io sono un fortunato" - tal como Fellini

All the love I have is in my mind?
Well, I'm a lucky man
With fire in my hands
I hope you understand
I'm a lucky man"
(lucky man - verve)
Sentir-se um afortunado, por que não? Por que a culpa, ou tantas desculpas. Afinal, se numa Vida em sua imanência, há destes instantes em que isso pode ser dito, porque é assim, de certo modo sentido, qual a razão de tamanho pudor, uma certa vergonha... por que? Por que? Certa vez um bonachão Federico Fellini disse numa entrevista a um repórter americano, que começou em inglês e lá pelas tantas se italianizou: "Io sono un fortunato" - frase esta que me persegue, de tempos em tempos, talvez por habitar minha memória afectiva trazendo à baila a força afirmativa de um Nietzsche "amigo meu", um tal bigodudo, que nos ensina a vibrarmos sob o amparo do desassossego. Sentir-se um afortunado, ou tanto melhor, tornar-se. Pelas esquinas, encruzilhadas, tipo de espaço-tempo imperativo de travessias e de travessuras, tal como na supracitada canção do Verve, ou simplesmente "I'm a lucky man".
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
monstros bicéfalos

Por vezes repito as mesmas perguntas: O que acontece? O que não acontece? O que está para acontecer? Eis três perguntas que contemplam todo um rol de entrada em intervenção, da produção de demandas, passando pela contínua (quase infinita) análise das implicações, à utilização de dispositivos, etc. E quando se entra em intervenção muito acontece, não acontece e está para acontecer. É quase que somente disso que se trata. Em meio à dança "louca" disparada pelos analisadores, impera a lógica dos acontecimentos. Refiro-me aqui às intervenções socioanalíticas e me amparo no vai-e-vem intensamente inspirador presente nos registros deixados por Lourau & Lapassade. Ah, quanta saudade desses dois, que tal como o monstro bicéfalo Deleuze & Guattari, que também deixaram saudade, ainda em muito nos assombram. Estranha potência das duplas, ou seria dos duplos? E nem é preciso mencionar que cada um desses cada-dois que mencionei são às vezes apenas o singelo efeito de um punhado de bandos de todas as bandas. E há ainda umas tantas duplas-duplos mais por aí de estranha força, o Gordo e o Magro, Bouvard e Pécuchet, Tom e Jerry, Dr. Jekill e Mr. Hyde, etc. São muitos os monstros bicéfalos por aí, com quais desses estamos às voltas? Certamente com os que acontecem, não acontecem, estão para acontecer.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Cérémonie d’Adieu
... hoje me foi necessário ir despedir de uma guerreira. Na mais derradeira hora desta tarde, pude perceber que até a Terra se empalideceu, rendendo-lhe uma singela homenagem. Ela nos deixou na noite passada... deixou as mais belas lembranças também. De um estoicismo inabalável, cujo exemplo, ou melhor, seus modos de existir, de afecção e de afecto ainda nos renderão os mais belos efeitos.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
carroça de guerra

... e é extremamente necessário fazer passarem as carroças, mesmo as que estão com as rodas empenadas. Até aquelas que há muito não têm rodas. As que mal se arrastam e também as atoladas. Uma carroça de guerra, tipo estranho-estóico de máquina de guerra, veículo de um nomadismo absoluto, ou melhor, meio de transporte preferido pelos nômades, cujas velocidades no deserto, na estepe, na montanha ou no asfalto não podem mais ser medidas senão pelo efeito de seus paradoxos. "Siga as nuves! Siga as nuvens! encontre água." Eis o mapa do deserto, ou melhor, a sua cartografia... que não é feita jamais de rastros e sim de restos.
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