sábado, 28 de fevereiro de 2009

pensamento sem imagem_____________devir

As núpcias, ou o que ainda há de suave num encontro antes da captura. Apresento-lhes uma imagem acima, que está longe de ser uma grande novidade para muitos de vocês que acompanham estes escritos. Trata-se de um encontro nada raro entre uma orquídea e uma vespa. Encontro proposto pelo monstro bicéfalo D&G (engraçado isso d'eu insistir em escrever bice_falo, rs.), em seus escritos, nos desafiando com a proposta de que arriscassemos um mergulho assaz vertiginoso na aventura de um pensar sem imagem. Seria isso realmente possível? Tal como o sorriso do gato para Alice? A imagem acima dispara um paradoxo imediato ao servir para nos auxiliar na tarefa de um pensar sem imagem. Uma imagem para pensar sem imagem? Sim, e isso parece bem difícil para nós que não conseguimos deixar de recorrer ao uso imoderado de metáforas, (ou à crença de que tudo que é heterogêneo, especialmente em uma proposição, ou tratar-se-ia de uma metáfora, ou de um disparate), à utilização da interpretação como o método par excelence e da dialética quase como o paradigma imperativo em qualquer processo de pensamento. Oh, pensar, acontecimento por vezes raro num mundo de zumbis e vampiros, esses mortos-vivos que nos cercam, nos atravessam/habitam, dentre os quais somos obrigados a nos incluir também. pois já fomos mordidos e já tivemos nosso sangue sugado. Pensar sem imagem então!!! Isso que se torna cada vez mais raro, pensar, ocorre sem cessar, a todo momento. Ocorre no mais das vezes nas costas do do próprio pensador. Oh, puxa! E ocorre de pensarmos sem imagem também, apesar de que suportamos esta vertigem por pouquíssimo tempo e lá estamos nós lançando mão de uma imagem para representar um movimento. As linhas de fuga nos inquietam, nos atormentam, denunciam encontros entre heterogêneos, as núpcias... e mediante esta intolerável sensação, lá estamos nós, os primeiros a produzir mais linhas, desta vez um pouco duras, a cristalizar o movimento. Eis um vai-e-vem dos mais frenéticos! Tal como a orquídea e a vespa, a desterritorialização e subsequente reterritorialização de um devir-orquídea da vespa e de um devir-vespa da orquídea. a todo instante o que devém?

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